O dia 25
de julho foi instituído pela ONU como o Dia Internacional da Mulher Negra
Latino-Americana e Caribenha durante o 1º Encontro de Mulheres
Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, na República Dominicana, em 1992. A
data foi escolhida como marco internacional da luta e resistência da mulher
negra. Desde então, vários setores da sociedade atuam para consolidar e dar
visibilidade a esta data, tendo em conta a condição de opressão de gênero, raça
e etnia vivida pelas mulheres negras.
O
objetivo da comemoração de 25 de julho é ampliar e fortalecer as organizações
de mulheres negras, construir estratégias para a inserção de temáticas voltadas
para o enfrentamento ao racismo, sexismo, discriminação, preconceito e demais
desigualdades raciais e sociais. É um dia para ampliar parcerias, dar
visibilidade à luta, às ações, promoção, valorização e debate sobre a
identidade da mulher negra brasileira.
Em 1992,
em Santo Domingo, na República Dominicana, realizou-se o 1º Encontro de
Mulheres afro-latino-caribenhas, do qual decorreram duas decisões: a criação da
Rede de mulheres afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas e a definição do
25 de julho como Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha. A data
objetiva ser um polo de aglutinação internacional da resistência das negras à
cidadania de segunda categoria na região em que vivem, sob a égide das
opressões de gênero e racial-étnica, e assim “ampliar
e fortalecer as organizações e a identidade das mulheres negras, construindo
estratégias para o enfrentamento do racismo e do sexismo”.
Em 2009,
estimava-se que na região (América Latina e Caribe) eram em torno de 75 milhões
de negras – cidadãs despossuídas de cidadania plena, logo faltam esforços no
âmbito dos governos para a efetivação dos nossos direitos humanos.
Estudos
mostram que no Brasil as mulheres são maioria e representam 51,2% da população,
sendo 46% delas pretas e pardas.
No último
dia 22/07 durante o Festival Latinidades Festival da Mulher
Afro-Latino-Americana e Caribenha, a Ministra de Estado -
Chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial/SEPPIR
da Presidência da República, Ilma. Sra. Luiza Bairros analisou a
condição da mulher negra no contexto atual, considerando o progresso e o
processo de inclusão experimentado pelo Brasil na última década. “A mulher
negra e, mais particularmente a mulher negra jovem, continua sendo parte
daquilo que chamo de paradoxo do desenvolvimento no Brasil, porque foi o setor,
o segmento da população que soube melhor se aproveitar de todas as
oportunidades que foram criadas nos últimos anos”, disse, atribuindo a
conclusão à maioria dos analistas da história mais recente do país.
“Apesar dos avanços, as mulheres negras continuam sendo parte das estatísticas
do segmento com mais desvantagens”, disse ainda a ministra, afirmando que “ao
mesmo tempo em que os efeitos negativos do racismo se manifestam mais
diretamente sobre a nossa qualidade de vida, por um lado, por outro lado também
é o setor mais bem aparelhado da população negra para vencer os obstáculos
colocados pelo racismo”. Para ela, essa contradição confere à luta das mulheres
negras a importância que ela tem para a superação do racismo no Brasil.
Este ano,
as atividades do Latinidades acontecem entre os dias 19 e 27 de julho, em dois
espaços: Funarte e Complexo Cultural da República, recebendo artistas
brasileiras, da Colômbia, Cuba, Estados Unidos e Nigéria. A SEPPIR, por meio da
Secretaria de Políticas de Comunidades Tradicionais (Secomt) organizou duas
atividades que integram a programação do evento. Ambas acontecem no auditório
02 do Museu da República.
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Fontes de
pesquisa: http://www.seppir.gov.br/